Situado em Alcântara, Lisboa, o Edifício Calmon 21 pretende ser um condomínio residencial fechado com uma oferta diferenciadora. A proposta explora na sua composição uma relação entre uma adesão à urbanidade que envolve o terreno, na sua escala e composição e o ambiente doméstico que persiste no lugar, caracterizado por árvores de grande porte, que proporcionam um ambiente sofisticado, acolhedor e exclusivo.

A proposta procura preservar a memória dos limites, vegetação e função. Deste modo, são criados dois jardins frontais privados, pertencentes aos apartamentos/“casas-jardim” do piso térreo, e um jardim central, que enquadra a entrada do edifício e surge como prolongamento do espaço público. 

Entre o segundo e o penúltimo piso, o projeto define uma composição que privilegia uma leveza, transparência e reflexão da vegetação da rua Pedro Calmon, virando-se para estas as varandas e os espaços comuns dos apartamentos, permitindo criar uma relação de cumplicidade com a envolvente e garante a privacidade. Na fachada de tardoz, virada para o interior do quarteirão, retoma-se o mesmo tema da fachada principal, mas mais encerrada, janelas mais baixas que evidenciam a intimidade das zonas de quartos e privilegiam a vista sobre o jardim interior. O último piso e o piso recuado do edifício definem uma composição de avanços e recuos que permitem marcar uma imagem urbana das coberturas do edifício, enfatizando o seu remate.

O projecto procura uma leitura de unidade | homogeneidade, estabelecendo uma relação de transição entre opacidade e transparência, onde a composição volumétrica dos últimos pisos evidenciam o remate superior do edifício, como contraponto do seu embasamento.