O propósito desta intervenção, mais do que projetar um parque radical no seu sentido mais literal, foi a criação de uma praceta ou largo, no limite o tratamento do interior de um quarteirão para que se assuma como espaço de utilização pública polivalente, diversificada e intergeracional. Propôs-se a requalificação deste espaço através da definição de limites, de regras de circulação e estacionamento e de um percurso em rampa capaz de relacionar as diferentes cotas. O elemento de betão organiza todo o espaço numa espécie de topografia moldada que vincula a intervenção com a restante rede urbana. A modelação é de um “acidente” urbano/geológico e é nesse contexto que se enquadra o uso do parque radical. O betão, o aço e a vegetação foram usados como forma de conseguir uma imagem de robustez e perenidade no desenho do espaço urbano. No limite da curva impossível de realizar, na altura impossível de alcançar. É como uma preexistência que se destina a ser domada.